quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Rouge






Entre eles, todos aqueles, e meus líquidos em copos, corpos. Nos impulsos descabidos e selvagens flores caidas no concreto cru entre as fumaças e belezas de uma declaração pública e uma gaveta que anda fechada .Entre o bonito e o desejo que cabe em um segundo de corpo todo intenso. Entre.O rouge falso e o sangue fervido. Alguns segredos de banheiro podem salvar ou matar

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Entender que o que é meu não é de imposição...

Nem de espera. É de ser.
Não é se não ser eu.
É toda ouvido e é ouvir-ação.
E se escuto inteira percorro meus rios de sangue e saliva e irrigo minhas terras.
Entender que não se trata de mim. Amém! Do meu certo ou errado.
Que eu é menor que serescutainteira.
O que me cabe na verdade não é de caber mas de preencher. Do preencher que cria vazios.
De vazios que perfuram pedras rochosas de almas.De almas-peneiras, que se habitam de brisas e tempestades sagradas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sangue! Faca! Fome!



...Tem algumas dignidades que só a carne e as vísceras são capazes de resgatar...

domingo, 20 de setembro de 2009

Olhar e seguir

Se olha no olho na altura da dignidade.
Se olho de cima na altura da segurança que observo com aspas.
Se por baixo não me serve mesmo ser vassalo.
Se no olhar respiro até o fim e sinto o que sinto acolho e não me apego.
Se a palavra do olho é de ordem seguir, é de opção é escolher.

domingo, 30 de agosto de 2009

Um corpo,


dois, três quatro, curva de cotovelo, vento no pé fala de boca e de joelho. Desbravando, abrindo caminhos no meio do mato ancestral. Olho cabeça na mão cox, cóxes, coxas coluna no cucuruco correndo voando costurando em câmera lenta. São quatro, três, dois. São um. São todos eu também. O corpo sem órgãos, sem pontas, encaixe perfeitos. Ele alisa, amassa a massa que é o corpo dela e dança, que ela sereia nada e de baixo d água... Olhares ligados se amam. Outro surge e recolhe recorta releva levanta. Ele queda e se arrasta agora. Foi o que lhe restou apenas... Agora é a sua vez, ela reage e luta por aquele corpo que não. Quem sabe agora... Ela sabe provocar ondas e círculos e talvez ele deslize...Ferrugem... Outro corta de novo e é engraçado se fluem melhor
Cachoeira de saltos, corpos suspensos sensualidade e mar e ficam três. Sai cabeça virada palavras ao vento como fitas budistas.

sábado, 1 de agosto de 2009

sexta-feira, 31 de julho de 2009

No armário da princesa dondonhoca

dormia também um belo agressivo e empoeirado coturno preto.
Já quase sem esperanças o coitado, de ver a luz do dia.
Mas, quem poderia adivinhar? Eis que um telefonema e um frio na barriga seguido de uma vontade louca de arriscar qualquer coisa, tomou conta daquele corpinho desabitado e como num impulso a moça saca de seu armário o tal coturno...
Surpresa! A cada casinha que o cadarço percorria o tal corpo como num ritual ia se transmutando, transfigurando até seu momento ápice. O laço derradeiro do coturno.
Está ela lá, diante do espelho, não menos dondonhoca mas agressiva.
Ar de “comigo ninguém pode”.
Diria “poderosa a dondonhoca!”
Em câmera lenta agora joga seus cabelos vermelhos no ar e fixa seu olhar num ponto.
Lança seu corpo imponente na direção certeira. Caminha. Câmera lenta. Vento no rosto. Intenções laminosas.
Ninguém sabe, mas a dondonhoca neste momento chora todinha por dentro e bebe suas próprias lágrimas como vinho.
Seus pés patinam por dentro do poderoso boot e a câmera lenta é seu artifício, tentativa burra de pausar o filme.
Caminha certeira e bêbada habitada por seu coturno sem rota ou GPS.
Ela desconhece seu alvo.
O Seguir firme é medo e vida.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

No que estou pensando...

Uma casa linda. Um grande amor. Amigos pilares. Belezinhas pessoais. Gordurinhas a mais. Preguiça em excesso. Culpas antigas e atuais. Amor pelas diferenças. Algum talento. Medos publicados. Sons, sonoridades, poemas, paixões... Mágoas como pedras que fazem tropeçar. Otimismo míope. Pavor de se perder numa dessas noites... Eternas...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Chorando o choro que não é meu.

Hoje estou viúva do marido da vizinha! A dor é minha só. Não é de mais ninguém.
Ah! Tentei também amamentar três senhoras de 60 anos e uma de 30. Vai que é fome...

Quando parece de mentirinha. Sabe?

A vida pede: "Seja Rocha! Carvalho!"

Ok, ok, sigo minha sina e às vezes até sangue vira catchup.

Não duvide do meu potencial mineral!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Sonhei...

Que ajustava as palavras com fita métrica na medida que me é certa e brigava até o fim de salto agulha.
No mesmo sonho descia um círculo de aço ou bronze, não lembro bem, nunca lembro... E nos encaixávamos, o circulo e eu, como prisão.
Feijão com arroz!
A surpresa foi que levantei os pés e, Dalai Lama, ultrapassei o círculo com graça. Très chick !
E meu figurino, sábio que é, fez-se enroscar no tal e o arrastou um tiquinho até outro lugar qualquer com precisão... precisão apolínea.
Gostei!
Agora é esperar pelo segundo capítulo...

Alguém sabe onde faço o download da série toda?

quinta-feira, 30 de abril de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Plagiando Drumond

e todos que antes de mim o plagiaram:
"Meu ódio é o melhor de mim. Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima"
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Ps. Essa é a minha tréplica.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Reposta do “muy amiguinho” do lado

E quem disse que quero colorir meu caderno?
Não é porque não vê brancos no meu preto que eles não existem.
Minhas curvas traçam caminhos que talvez nunca percorra, não são tão ingênuos e doces.Amém!
Sugiro mudar nada! Sem esse papo de “deve mudar seu discurso, o curso”, não te sugiro...
Você não me diz, portanto não te dig...
Aliás, te digo.
Entendi do seu discurso o, “ caralho”.
Vejo ali, no “caralho”, um quantum de possibilidade de sobrevivência para você. Pobre criatura. Amém!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

E eu que sou doce...

me afundo numa dor esquisita que espreme o pulmão e franze a testa quando sei que ta chegando à hora de ir, por que sei que “Se”, caso alguma coisa... Se entrar torto, ou soar indireto ou diretamente afetar, eu nem sei o que posso fazer, dizer, correr.
Se correr o bicho pega se ficar o bicho te come todo, é um câncer esse troço. Qualquer dia eu saio mesmo sem fazer mala, e pode ser até que esqueça por lá alguma coisa sem importância que um dia venha quase sem querer sentir falta. Ou pode ser que no segundo seguinte, antes de chegar o tédio do alívio do abandono, me arrependa secretamente. Pode ser que só seja mais um fim destes que vire e mexe dão as caras para nos acordar,outra morte da minha vida. Outra! Bem feito, é essa mania de querer dar conta, essa submissão antiquada e justificada, essa vontade de colorir o caderninho de desenhos alheio. Uma hora ou outra você leva na cara. Sinceramente, amiguinho do lado, acho que me cansei de você, de seus desenhinhos pretos sem branco dos seus traços fortes sem curva. Ahhhhhhhh!!! Só não sei por que esse cansaço tem que espremer deste jeito meus pulmões e porque ainda me paralisa e porque ainda tento te conquistar de alguma forma... O que temos aqui afinal? O que se pretende provar a quem?
(se não fosse tão doce, fecharia o texto com um belo palavrão, do tipo CARALHOOO)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Não é que eu finalmente saiba que não há o que temer, não posso dizer que encontrei-me e também não posso dizer que agora saio de mim para me encontrar com todos os outros, não é isso, mas, parece, algo em mim fez fortaleza, e não são muros, são pontes. Já vistes uma fortaleza de pontes, meu amor?" (trecho de "Carta de Virgínia Morton a Pedro Miguel" de Yane)

"Depois Melhora" - belíssima música do Luiz Tatit. Depois melhora...

"Sempre que alguém
Daqui vai embora
Dói bastante
Mas depois melhora
E com o tempo
Vira um sentimento
Que nem sempre aflora
Mas que fica na memória
Depois vira um sofrimento
Que corrói tudo por dentro
Que penetra no organismo
Que devora
Mas depois também melhora
Sempre que alguém
Daqui vai embora
Dói bastante
Mas depois melhora
E com o tempo
Torna-se um tormento
Que castiga, deteriora
Feito ave predatória
Depois vira um instrumento
De martírio duro e lento
Uma queda num abismo
Que apavora
Mas depois também melhora
E vira então
Uma força inexplicável
Que deixa todo mundo
Mais amável
Um pouco é conseqüência
Da saudade
Um pouco é que voltou
A felicidade
Um pouco é que também
Já era hora
Um pouco é pra ninguém
Mais ir embora
Vira uma esperança
Cresce de um jeito
Que a gente até balança
Enfim
Às vezes dói bastante
Mas melhora
Enfim
É só felicidade
Aqui agora
É bom
É bom não falar muito
Que piora
Enfim
É só felicidade"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Para quem a carapuça servir.

Quem te deu o direito de olhar?
Diz quando te foi permitido imaginar o que seu olhar ... Da onde vem a segurança de me encarar?
...
Vira, se fecha, engoole, reverte, se vira!
Some da minha frente e da outra frente e da outra.
Não me encara nem de costas, ou eu te lacro, te fecho, faço você engolir!