domingo, 19 de fevereiro de 2012

Trecho de uma carta antiga

Estava aqui com os olhos pesados e corpo formigando entre o dormir e o tomar-me inteira.
Enquanto o quentinho fofinho do sofá me seduzia, lembrei daquele equilibrista doido que caminhou entre as torres gêmeas durante uma hora naquele vai e vem. No fio da vida! Desenhando razões no céu da nossa barriga. Arrepiando meus pelos e desejos de luta e risco.
Mais uma vez o equilibrista me roubando o conforto. Bendito!
Já estava quase babando na almofada da minha vida, e ele lá naquele vai e vem de vida e morte.
Juro que agora não posso mais dormir... Não por hora, dias, meses, anos...
Não depois do veneno de vida explicito que me tomou aquela visão.
Transbordo de mim, de risco, de frios na barriga e de mortes súbitas, eu tenho que me levantar. Sem escolha!

Descolo o bumbum do sofá e sigo para o abismo.
Irei agora saltar e sabe se lá o que...

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